A partir de qual das seguintes situações você acha que se tornaria uma pessoa mais feliz:
ganhando uma fortuna na loteria ou ficando paralisado fisicamente por causa de um acidente? Sentimos felicidade quando vivemos experiências de prazer e propósito ao longo das nossas vidas.
A proporção ideal entre experiências de prazer e propósito varia de pessoa pra pessoa, mas as pessoas costumam se sentir felizes quando existe algum tipo de equilíbrio entre essas experiências.
As pesquisas em psicologia indicam que as pessoas acham que entendem muito mais de felicidade do que realmente entendem, o que ironicamente as afastam mais ainda da felicidade.
Por exemplo: é muito comum que as pessoas imaginem que certos eventos futuros trarão a elas o ápice das suas felicidades e que essa felicidade durará por muito tempo.
Esses eventos podem ser conseguir um certo emprego, ganhar na loteria, casar ou ter filhos, por exemplo.
Mas várias pesquisas indicam que não costumamos ser muito bons em fazer previsões afetivas sobre nós mesmos e frequentemente superestimamos o impacto que certos eventos terão na nossa felicidade.
Muitas pessoas imaginam que ganhar na loteria as deixariam muito mais felizes pro resto da vida quando respondem a pergunta que fizemos no início do vídeo, mas quando um grupo de cientistas entrevistou de fato ganhadores de loteria e pessoas que ficaram paraplégicas ou quadriplégicas, eles não encontraram uma grande diferença quanto à felicidade geral.
Na verdade, as pessoas acidentadas demonstraram uma felicidade geral ligeiramente maior do que os ganhadores de loteria, embora os ganhadores tenham relatado uma felicidade maior no presente do que as pessoas acidentadas.
É claro que no momento que as pessoas ganham na loteria elas se sentem felizes e no momento que sofrem um acidente grave, se sentem tristes.
Mas o que acontece com essa felicidade ou tristeza com o passar do tempo? Chamamos de adaptação hedônica a tendência observada nas pessoas de retornarem ao estado de felicidade que tinham antes de um evento muito positivo ou negativo ocorrer.
Ou seja, se você viveu algo incrivelmente bom ou ruim, a tendência é que, com o passar do tempo, você acabe voltando a se sentir mais ou menos tão feliz quanto era antes daquilo acontecer.
Essa é a tendência, mas existem várias exceções.
Por exemplo:
Eventos traumáticos ou o desenvolvimento de um transtorno mental podem diminuir a felicidade de alguém a longo prazo também.
Relação entre dinheiro e felicidade.
Dinheiro pode até trazer felicidade, principalmente até você ter o suficiente pra satisfazer suas necessidades básicas. Depois desse ponto, possuir mais dinheiro tem um impacto muito menor na felicidade.
Outra descoberta feita sobre isso é que países que se tornaram mais ricos não se tornaram necessariamente mais felizes também com o passar do tempo.
Pessoas mais felizes tendem a ser mais saudáveis, viverem por mais tempo, terem mais amigos e serem mais produtivas, generosas, criativas e resilientes.
Então cultivar a felicidade na sua vida também pode te trazer outros benefícios além da própria sensação boa que é se sentir feliz. Sonja Lyubomirsky, uma das cientistas mais importantes no estudo da felicidade, concluiu que cerca de 50% da felicidade tem a ver com os nossos genes, 10% tem a ver com as nossas circunstâncias de vida e 40% tem a ver com as coisas que fazemos no cotidiano.
É claro que essas porcentagens variam e dependem de uma série de coisas, mas elas ajudam a ilustrar uma conclusão importante dessa área de pesquisa: a de que uma considerável parte da nossa felicidade está relacionada com coisas que podemos mudar.
Muitas coisas podem ajudar a aumentar a sua felicidade, como criar e manter boas amizades, demonstrar sua gratidão para essas pessoas, praticar atividades físicas, dormir bem e ser benevolente com os outros.
Podemos pensar que a verdadeira felicidade vai chegar até nós por razões externas no futuro.
Mas tudo indica que as pessoas mais felizes costumam construir a sua própria felicidade cultivando as coisas que acabamos de mencionar no seu cotidiano e conseguindo encontrar o seu próprio equilíbrio ideal entre experiências de prazer e propósito na vida.